Programas do ICS ajudam beneficiários a mudar hábitos e a emagrecer

O Instituto Curitiba de Saúde oferece atividades que podem ajudar as pessoas que estão acima do peso e as que são obesas a emagrecer.

Sob a orientação da nutricionista Richelle Gonçalves, cerca de 40 pessoas participaram na sexta-feira (22/3) da palestra sobre reeducação alimentar, no auditório do ICS. Ela falou da influência do lado emocional sobre os hábitos alimentares de cada pessoa, de cada família, e da escolha correta dos alimentos.

“Muitas pessoas jogam seus problemas na alimentação. A ansiedade também é um fator importante”, alertou a nutricionista ao falar da compulsão por comida e dos riscos do efeito sanfona, quando a pessoa emagrece e depois engorda.

Richelle também abordou os tipos de açúcares, sal e gorduras e destacou que muitas pessoas justificam o consumo de alimentos industrializados no lugar de uma alimentação mais saudável em função do preço. Ela argumentou que a Prefeitura de Curitiba oferece opções como os Sacolões da Família.

As 15 unidades espalhadas pela cidade oferecem produtos para uma alimentação mais saudável com o preço único de R$ 2,29 o quilo. São mais de 50 tipos de frutas e hortaliças. No mês de aniversário de 326 anos de Curitiba, está sendo feita uma promoção com alguns produtos, reduzindo o valor a R$ 1,89 somente nas quintas-feiras de março.

Palestras educativas como a da nutricionista fazem parte das atividades do Núcleo de Atenção à Saúde (NAS). “Abordamos temas variados para que o servidor e o beneficiário possam exercer seu autocuidado e melhorar sua qualidade de vida. A educação em saúde permite mudanças efetivas no estilo de vida das pessoas, pode prevenir ou pelo menos retardar o agravamento de doenças”, disse a gerente dos programas de saúde do ICS e educadora física, Majorie Catherine Capdeboscq. “No caso desta palestra, foi aberta a todos, mesmo aos que não são beneficiários do ICS”, explicou.

Depois do tabagismo, a obesidade é considerada a principal causa de morte evitável em todo o mundo.

Majorie recomenda que os interessados verifiquem as informações que chegam do ICS no e-mail corporativo, acompanhem pelo site do ICS, compareçam ou liguem diretamente para o NAS. O telefone é 3330.6088 e o atendimento é de segunda a sexta-feira das 8h às 17h30. Quem preferir ir pessoalmente, deve ir ao Centro de Saúde do ICS, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, 1895. O NAS fica no subsolo. O e-mail é nasics@ics.curitiba.pr.gov.br.

Mudança de vida

Quem é beneficiário do ICS, ou seja, os que participam do plano de saúde, podem contar com um plano personalizado – o Programa de Tratamento da Obesidade – que atualmente tem a participação de 500 pessoas. “Este número cresceu significativamente entre 2017 e 2018”, contou Majorie.

Na última quinta-feira (21/3), o programa promoveu a primeira palestra do ano destinada aos participantes. A médica endocrinologista Juliane Perine apresentou em detalhes informações importantes sobre como é possível fazer a mudança necessária para que o corpo possa tornar-se mais saudável. Ela apresentou os diversos problemas de saúde que estão associados à obesidade e as formas de tratamento.

“Nós acreditamos que a forma correta de tratar é com uma equipe multidisciplinar formada por médico, nutricionista, às vezes psicólogo, educador físico. Lembrem-se: não é dieta! É reeducação, é mudança de vida”, enfatizou ao apontar a necessidade de modificação de hábitos alimentares. “Mais importante do que perder é não ganhar o peso de novo depois”.

O programa é destinado a pacientes que queiram, precisem emagrecer ou que tenham indicação médica. Aqueles que gostariam de fazer cirurgia bariátrica devem frequentar por dois anos, conforme determina a Agência Nacional de Saúde, que regula planos de saúde como o ICS. A médica enfatiza que a ANS estabelece outros critérios para que a cirurgia seja autorizada, como o grau de obesidade do paciente.

Luciane Perine ressalta ainda a importância de identificar e tratar os fatores causadores da alimentação inadequada, antes de qualquer cirurgia. “A perda de peso antes da cirurgia ajuda a reduzir os riscos”, afirmou.


Servidora decide cuidar da saúde 10 quilos depois da aposentadoria

A cirurgia não é a meta da servidora aposentada Maristela Mafra, que frequenta o Programa de Tratamento da Obesidade há cerca de oito meses. Ela percebeu que precisava fazer alguma mudança porque só no primeiro ano da aposentadoria, há pouco mais de dois anos, ela engordou dez quilos.

“No início da aposentadoria tudo é uma festa. Com a aposentadoria, parei com tudo, com o trabalho e também com a atividade física. Passei a fazer mais coisas diferentes, comer coisas diferentes. Antes eu tomava mais líquido. Começaram as dores nas articulações, o humor mudou, passei a ter menos entusiasmo. Ano passado percebi que precisava investir na minha saúde”, detalhou a servidora que foi técnica em enfermagem por 32 anos na Prefeitura.

Maristela conta que já assistiu outras palestras, passou pela avaliação médica e da nutricionista e foi encaminhada ao cardiologista. Ela diz que recebe todo o apoio da equipe de profissionais ligados ao programa do ICS. Ela está fazendo o programa com a companheira, Deborah Torres. “A meta para 2019 é voltar a fazer atividade física”, declarou.

Deborah comenta que as duas fazendo a reeducação alimentar juntas tornam mais fácil encarar os desafios. “E a doutora é ótima! Quando precisa, ela puxa a orelha da gente”, brincou.

Você está pronto para mudar?

A médica Juliane Perine observa que estímulo é fundamental para que o programa traga bons resultados. “Quando o paciente está motivado, é bem orientado e está ciente dos seus desafios, ele conquista bons resultados. Temos pacientes que conseguem emagrecer 18 quilos, 20 quilos, 25 quilos, muitos deles, sem o uso de medicamentos”, disse Juliane.

Ela ressalta que 80% do sucesso depende do paciente, apenas 20% do médico. “Estamos falando de uma mudança a longo prazo, de um tratamento que pode mudar definitivamente hábitos antigos de vida. Ao longo do processo de emagrecimento são feitos os ajustes necessários. Esta é uma escolha de cada um”, disse a médica.

“E importante: não estabeleçam metas fantasiosas, que não possam ser alcançadas. Quem perde de 5% a 10% do peso inicial já tem sucesso no tratamento”, disse aos participantes da primeira palestra do programa neste ano.

A endocrinologista falou ainda do emagrecimento de crianças e adolescentes. “É necessária a mudança dos hábitos familiares. A mesa, a geladeira e a dispensa têm que mudar”, ensinou.

Atividade física

Entre as recomendações que a endocrinologista fez durante as palestras feitas em dois períodos (manhã e tarde) está a prática de 150 minutos de atividade física por semana, o que poderia resultar em 30 minutos de exercícios, cinco vezes por semana.

“Pode ser uma caminhada numa praça ou parque próximo de casa. O importante é haver queima durante a prática da atividade. O coração precisa aumentar a frequência cardíaca. A atividade frequente acelera o metabolismo”, explicou.

A médica também falou dos casos e das opções de medicamentos disponíveis e indicados conforme cada paciente.

No fim da palestra, os participantes foram convidados a saborear uma salada de frutas oferecida pelo ICS.

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