Na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas, fazendo com que a doença evolua por décadas, sem o devido diagnóstico.

O laço amarelo do mês de julho representa uma campanha importante que reforça as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. Essas doenças são responsáveis por um grande impacto na saúde pública no Brasil e no mundo e, justamente por isso, merece atenção.
As hepatites virais são infecções que atingem o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes, são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas, fazendo com que a doença evolua por décadas, sem o devido diagnóstico. Assim, a recomendação é realizar testes regulares.
A doença é causada por vírus e algumas hepatites se dão pelo uso de medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
Vacina contra hepatite B em bebês
A vacina contra a hepatite B para bebês, por se tratar de uma doença grave e transmitida de mãe para filho durante a gestação ou parto, representa proteção imediata aos pequenos e é uma prática segura e eficaz para prevenir infecções futuras, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença também pode ser transmitida por contato com sangue e fluidos corporais, mesmo em ambientes domésticos.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) também recomenda a vacina para recém-nascidos, independentemente do status da mãe, já que nem todas as infecções maternas são detectadas durante a gravidez. Além disso, especialistas defendem que a vacinação precoce é crucial para a prevenção da infecção crônica, que pode levar ao câncer de fígado e à cirrose.
Tipos de hepatites
Vamos entender a classificação da doença, as formas de transmissão, prevenção e tratamento.
Hepatite A
Transmissão: fecal-oral, pela ingestão de alimentos ou águas contaminadas, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal, contato pessoal próximo e contato sexual com pessoas com hepatite A. Os sintomas iniciais são: fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia, urina escura, fezes claras e pele e olhos amarelados.
Existe vacina para combater a hepatite A e ela faz parte do calendário infantil no Sistema Único de Saúde (SUS), com esquema de uma dose aos 15 meses de idade, podendo ser utilizada a partir dos 12 meses até 5 anos incompletos.
Hepatite B
Transmissão: sexo sem proteção, compartilhamento de objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas (cachimbos, canudos, seringas) sem a devida esterilização, na confecção de tatuagem e na colocação de piercings com materiais não esterilizados ou descartáveis. Ela também pode ser transmitida de forma vertical, ou seja, durante a gestação ou parto da mãe para o bebê.
Na maioria dos casos, a hepatite B não apresenta sintomas. A principal forma de prevenção da infecção pelo vírus da hepatite B é a vacina, que é administrada em três doses (0, 1 e 6 meses), e está disponível no SUS para bebês e todas as pessoas, independentemente da idade.
Hepatite C
Transmissão: contato com sangue contaminado por meio do compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos perfurocortantes sem a devida esterilização (materiais de manicure, para confecção de tatuagem, para colocação de piercings, equipamentos odontológicos e objetos para uso de drogas, como cachimbos, canudos, seringas). Também por meio de relações sexuais sem o uso de preservativos ou pela transmissão vertical (esses dois casos são menos comuns).
Assim como a hepatite B, a hepatite C também, na maioria dos casos, não apresenta sintomas. Nas unidades de saúde é possível fazer o teste da hepatite C. A doença tem cura e o tratamento pode ser feito gratuitamente pelo SUS.
Hepatite D
Transmissão: sexo sem proteção, compartilhamento de objetos de uso pessoal como lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, materiais de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas (cachimbos, canudos, seringas), na confecção de tatuagem e na colocação de piercings sem a devida esterilização.
Na maioria dos casos, a hepatite D também não apresenta sintomas. Quando presentes, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura, fezes claras.
A melhor forma de prevenir a hepatite D é tomar a vacina contra a hepatite B, visto que esse vírus depende da estrutura do vírus B para se replicar.