Dia Nacional de Controle da Asma é lembrado dia 21 de junho e pneumologista alerta sobre a importância de manter medicação como prevenção

Respirar bem é uma tarefa simples, mas não para quem está em crise de asma. Essa é uma das doenças crônicas mais comuns do mundo, que afeta tanto crianças quanto adultos, tendo cerca de 20 milhões de brasileiros que vivem com esse diagnóstico.
Nesse dia 21 de junho, Dia Nacional de Controle da Asma, a pneumologista Isabela de Bortoli, do Instituto Curitiba de Saúde – ICS, alerta para uma questão importante: o tratamento contínuo.
Segundo a especialista do ICS, o tratamento preconizado para controle da asma deve ser realizado de forma regular, todos os dias, não apenas nas crises. “A medicação é inalatória, composta por um broncodilatador de longa duração e corticóide inalatório, tratamento de fundamental importância para controlar a inflamação crônica dos brônquios e evitar crises graves”, alerta.
No Brasil, acontecem cerca de 350 mil internações por ano, de acordo com o DATASUS, banco de dados do Sistema Único de Saúde, ligado ao Ministério da Saúde. A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total).
Asma, eu tenho?
Os sintomas da asma são conhecidos por muita gente: chiado, falta de ar, tosse, aperto no peito – com variação de sua intensidade, piorando à noite, no início da manhã ou ao fazer exercício.
Para descobrir se o paciente tem a doença, é importante fazer um exame chamado espirometria, que mede a quantidade de ar e a velocidade com que o ar é expelido dos pulmões.
Para a asma, é comum fazer a espirometria antes e depois do uso de um broncodilatador (um medicamento que abre as vias aéreas). Se a função pulmonar melhorar significativamente após o uso do broncodilatador, é um forte indicativo de asma, pois demonstra a reversibilidade da obstrução das vias aéreas. “Porém, como os sintomas oscilam, não é incomum o exame estar normal. Sendo a clínica e a suspeita diagnóstica fundamentais para início do tratamento. Se a asma é o diagnóstico mais provável, recomenda-se iniciar o tratamento de forma empírica e avaliar a resposta, repetindo o exame em três meses”, explica pneumologista.
De acordo com Isabela, existem vários fenótipos clínicos de asma, sendo os mais comuns o alérgico, com prevalência iniciando na infância associado à história familiar e doenças alérgicas como urticária, rinite, alergia a alimentos ou medicação; e o não alérgico, que é mais comum em mulheres, com início na fase adulta, associado a alergia aos anti-inflamatórios e maior dificuldade de controle dos sintomas.
Prevenção
Quem tem diagnóstico de asma precisa ficar atento aos desencadeadores de crises, como por exemplo:
– Exposição ao alérgeno (pólen, ácaro, mofo)
– Tempo frio
– Exercícios
– Infecções virais ou bacterianas
– Falta de adesão ao tratamento
– Tabagismo
– Alterações psicológicas: ansiedade, depressão
“A asma não controlada e com sintomas exacerbados pode resultar em insuficiência respiratória aguda. Não demore para procurar ajuda médica”, completa a pneumologista Isabela de Bortoli
Para atuar na prevenção de doenças respiratórias, a especialista defende a aplicação do calendário vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde e reforço contra pneumonia. “A vacina da pneumo20 dose única ou a pneumo13 e mais a pneumo23; ou ainda a pneumo15 mais a pneumo23. Também, vacinação contra influenza, anualmente”, conclui a especialista.