Paraná é um dos quatro estados com o maior número de casos de dengue no Brasil
O Paraná vive uma epidemia de dengue. No primeiro mês do ano, o Estado teve 30.216 notificações da doença, de acordo com os dados do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde no último dia 2. São 15 vezes mais casos do que os registrados em janeiro do ano passado, quando foram notificados 2.079 casos.
Esse resultado coloca o Paraná entre as quatro unidades da federação com o maior número de casos de dengue no Brasil – ao lado de Acre, Distrito Federal e Minas Gerais –, todos com mais de 166,6 casos a cada 100 mil habitantes. A média nacional é de 120 casos para cada 100 mil pessoas.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no dia 30 de janeiro, foram registrados 5.144 novos casos de dengue em apenas sete dias. São 21 mil notificações desde agosto do ano passado, quando começou o período epidemiológico.
Infectologista do Instituto Curitiba de Saúde (ICS), a Dr.ª Paula Toledo dá algumas orientações para se proteger da dengue: “Além daquelas medidas que todo mundo já sabe, de não deixar água parada em vasos, pneus, garrafas e mesmo em brinquedos, tem que ficar de olho nas piscinas. As mais estruturadas, com água clorada e limpas com frequência, normalmente não oferecem maiores riscos. Mas as de plástico, aquelas infantis, tipo Regan, o ideal é que a água seja toda jogada fora após o uso – e as bordas limpas, porque os ovos do mosquito também ficam nas bordas”.
Ela também aconselha a prestar atenção na vegetação: “Se você mora ou passa com frequência por lugares onde tem muitas bromélias, bambus, árvores ocas ou outras que acumulem água, use sempre um repelente, porque o Aedes aegypti se prolifera nesses locais. Aliás, se todo mundo usasse repelente o risco seria bem menor. Principalmente ao amanhecer e no final da tarde, que é quando os mosquitos saem em busca de sangue. Quem mora em locais com grande incidência de mosquitos, o ideal é colocar telas nas janelas. Principalmente nas casas com crianças”.
A infectologista alerta ainda que quem já teve dengue precisa redobrar os cuidados, porque quem pega pela segunda vez muitas vezes adquire uma forma mais grave. E enumera os principais sintomas: “Normalmente ela começa com uma dor muscular intensa, maior do que aquela decorrente de exercícios físicos. Também pode haver cefaleia, dor atrás dos olhos e frebre”, destaca.
Os grupos de maior risco, que devem procurar a emergência se surgirem os sintomas, são crianças abaixo dos dois anos, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas. “Para os nossos beneficiários, a orientação é procurar o Pronto Atendimento de um dos hospitais da rede credenciada [Hospital Evangélico Mackenzie, Hospital Vita da Linha Verde, Hospital do Pilar, Hospital da Cruz Vermelha, Santa Casa de Misericórdia, Hospital São Vicente e Instituto Madalena Sofia]”, conclui.