Na abertura da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), a psicóloga Jociane Caselhas falou sobre saúde mental.

Diretora-presidente Marina Bueno e diretora da DAS Gislaine Blum. Foto: Divulgação/ICS

O Instituto Curitiba de Saúde – ICS abriu oficialmente a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), com uma palestra ministrada pela psicóloga Jociane Caselhas, convidada da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), responsável pelo evento. O encontro trouxe reflexões sobre dois fenômenos cada vez mais presentes no ambiente laboral: a Síndrome de Burnout e a Fadiga por Compaixão.

Antes, a presidente da CIPA Sonia Seben Fontoura fez a abertura do evento, destacando a importância do assunto nos ambientes profissionais. “Esse ano o nosso tema é saúde mental, algo importante para todos nós, espero que todos possam absorver esse conteúdo que preparamos com dedicação”, destacou Sonia. Pouco antes de começar o alongamento com a fisioterapeuta Thaise Cristina, a diretora-presidente do ICS, Marina Bueno, e a diretora da Assistência à Saúde, Gislaine Blum, também fizeram parte da solenidade da SIPAT.

Sobre o assunto principal, a psicóloga Jociane abriu a palestra trazendo aspectos importantes sobre o ser humano. “Primeiro é importante que a gente reconheça que temos limites. Somos seres humanos e queremos dar o nosso melhor, mas ainda assim temos limitações porque somos seres imperfeitos e frágeis”, afirmou a psicóloga.

Abertura da SIPAT 2025. Foto: Divulgação

Ela também ressaltou a relevância do autocuidado. “Para cuidar do outro é importante cuidar da gente mesmo. Alimentação, sono, realizar exames para ver como está a saúde, ir ao médico, isso é físico. Já o lado emocional é sobre cuidarmos e falarmos de sentimentos, sobre nossas relações, convívio social. E para completar também tem a espiritualidade, que não tem nada a ver com religião. Espiritualidade é aquilo que a gente se conecta, aquilo que nos faz sentido”, explicou.

Burnout: a exaustão profissional crônica

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Síndrome de Burnout é definida como um estado de exaustão vital, resultado de estresse prolongado e de caráter crônico, ligado diretamente à dinâmica do trabalho. Entre os principais fatores associados, estão: sobrecarga, falta de autonomia e ausência de suporte adequado para a realização das tarefas.

A psicóloga explicou que o Burnout se manifesta como um processo de enfraquecimento, resultado de um período prolongado de estresse profissional. Esse quadro se traduz em uma resposta à tensão crônica no trabalho, causada pelo contato direto e excessivo com outras pessoas, pela tensão emocional constante, pela necessidade de atenção concentrada e pela grande responsabilidade profissional.

O esgotamento é geralmente observado em três dimensões:

– Exaustão emocional: sentimentos de sobrecarga e ausência de recursos emocionais e físicos.

– Despersonalização: insensibilidade e apatia excessivas em relação ao trabalho, funcionando como barreira protetiva.

– Redução da realização profissional: sensação de incompetência, improdutividade e baixa autoestima.

Fadiga por Compaixão: o peso da empatia

Outro ponto abordado pela especialista foi a Fadiga por Compaixão, condição que atinge com frequência os profissionais de saúde. Trata-se do desgaste físico, mental e psicológico decorrente da intensa jornada de cuidado, da empatia aos pacientes e do contato com suas histórias e traumas.

Segundo Jociane, muitos profissionais têm dificuldade em pedir ajuda ou consultar colegas, o que aumenta a vulnerabilidade. Ao se mobilizarem de forma intensa diante do sofrimento alheio, tornam-se mais suscetíveis ao esgotamento.

Apesar da gravidade, a Fadiga por Compaixão não é oficialmente classificada como um transtorno mental. A condição não está listada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) nem na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), embora seja reconhecida como um desafio crescente para a saúde mental no trabalho.

Reflexão e cuidado coletivo

Ao longo da palestra, a psicóloga Jociane Caselhas ressaltou a importância de reconhecer os sinais precoces de exaustão, tanto em si quanto nos colegas de trabalho, reforçando a necessidade de apoio mútuo e autocuidado.

Com a iniciativa, o Instituto Curitiba de Saúde e a CIPA reforçam o compromisso de promover o bem-estar de seus colaboradores, trazendo à SIPAT 2025 um espaço de conscientização e diálogo sobre saúde mental no ambiente laboral.

ICS abre SIPAT 2025 com palestra sobre Burnout e Fadiga por Compaixão
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