Setembro Amarelo: psicóloga e psiquiatra fazem live sobre saúde mental

A psiquiatra Laís Panizzi (à esquerda) e a psicóloga Jociane Casellas durante a live sobre o slogan da campanha Setembro Amarelo: “Se precisar, peça ajuda!”

Na manhã da última quinta-feira (21), a Diretoria de Assistência Primária à Saúde e Serviços Sociais (DAPS) transmitiu uma live pelo Instagram do ICS com a psicóloga Jociane Casellas e a psiquiatra Laís Panizzi, com o tema “Se precisar, peça ajuda!” – o slogan da campanha Setembro Amarelo deste ano.

Setembro Amarelo é a campanha promovida anualmente pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina desde 2014, que identifica o Mês Nacional de Prevenção ao Suicídio.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2019 foram registrados 700 mil suicídios no mundo. No Brasil são cerca de 14 mil a cada ano, ou 38 por dia. “Isso sem levar em conta a subnotificação, porque muitos casos não são registrados como suicídio”, observou Laís.

“Este assunto ainda é tabu, por conta do estigma em cima de quem passa por sofrimento psíquico”, destacou a psiquiatra logo no início da transmissão. “A saúde mental costuma ser muito negligenciada, até mais do que a física”, completou Jociane.

Ambas orientaram a audiência a prestar atenção nas pessoas à sua volta, a reparar em sinais de alerta, mostrar-se disponível e a acolher sem julgamentos. “Alguns sinais de alerta são comportamentos autolesivos, pessoas que se automutilam, se machucam, se colocam em risco, isolamento social, falta de autocuidado”, enumerou Laís.

É bom ficar atento a frases como “eu não queria estar aqui”, “eu queria dormir e não acordar mais”, “a vida não faz mais sentido”, “eu não mais graça na minha vida”, “tanto faz…”, acrescentou a psicóloga.

Elas informaram que tem havido um aumento nas ocorrências na faixa etária dos 15 aos 29 anos, “mas é preciso dar especial atenção à população acima dos 60 anos”, completou Jociane.

“A gente sempre lembra dos idosos fofinhos, carinhosos, mas muitos deles estão em sofrimento e não expressam. Frustrações entre o que eles planejaram para a aposentadoria e como vivem, perda de funcionalidade ou de cognição, adoecimento, o fato de se sentirem inúteis ou um fardo para família acabam desencadeando sentimentos que podem resultar na tentativa de tirar a própria vida”, alerta a psicóloga.

Laís por fim enumerou algumas atitudes que podem evitar pensamentos autodestrutivos: “Cercar-se de pessoas queridas, procurar hobbies ou atividades que deem prazer, cuidar de um pet, buscar momentos de lazer, cuidar da espiritualidade, conversar e não hesitar em procurar alguém para conversar quando estiver mal – incluindo parentes, amigos, ajuda profissional e até o CVV”, comentou, referindo-se ao Centro de Valorização da Vida, que atende pelo telefone 188. “E se o profissional de saúde mental receitar medicamentos, não tenha preconceito. Ainda bem que eles existem, e muitas vezes ajudam muito”, concluiu a psiquiatra.

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