Programa ajuda beneficiária a perder 13kg em um ano
A equipe do Programa Vida Saudável, da Diretoria de Assistência Primária à Saúde e Serviços Sociais (DAPS), recebeu um depoimento inspirador de uma beneficiária. Valdirene de Oliveira Zokner, de 52 anos, escreveu para agradecer à equipe e dividir suas impressões sobre o programa.
Ela se inscreveu no programa em janeiro de 2023, incentivada por uma amiga. Pesava na época 84kg, com IMC de 33,65. Em maio deste ano, a balança marcava 71kg – e o IMC havia baixado para 28. Ou seja, eliminou 13kg em pouco mais de um ano.
“Passei pela triagem com a profissional Jacqueline [Consulin, assistente social responsável pelo acolhimento dos programas], que me recebeu com um grande sorriso e muito afeto”, comentou Valdirene. “Atitude fundamental para que o paciente se sinta acolhido, principalmente quando se trata da obesidade – e toda a bagagem que essa palavra carrega.”
Ela descreveu sua jornada até começar a participar do programa: “Sempre fui uma pessoa acima do peso, daquelas que as pessoas consideram ‘fofinha’. Com o tempo você se acostuma a comprar roupas de números maiores, vestir batas e moletons, ao mesmo tempo em que finge não gostar de regatinhas e minissaias”, relatou.
“Arranjava mil desculpas para não encarar a realidade de que o sobrepeso estava prejudicando a minha saúde, mais do que a questão estética, até porque existem magros feios e gordinhos bonitos”, sublinhou. “Sem falar que o padrão de beleza muda conforme a época e a região. Durante o Renascimento as mulheres mais valorizadas, as que mereciam ser retratadas pelos artistas, eram as opulentas. Em algumas tribos africanas, os quilinhos a mais também são sinônimo de fertilidade.”
Diante disso, Valdirene era taxativa: “Não preciso de ajuda. A sociedade te cobra um padrão que não é o seu, e eu não sou obrigada a me enquadrar nesse padrão”.
Mas mudou de ideia quando começou a ter dificuldade para amarrar os tênis, ter dores na coluna, inchaço nas pernas ou passar por situações constrangedoras, como precisar verificar se a cadeira “dava conta dela”. Foi o que bastou para Valdirene seguir o conselho da amiga e se inscrever no Vida Saudável.
Com a ajuda do programa, ela identificou o que a fez ganhar peso: “Ansiedade, sedentarismo, gula e questões emocionais resultaram em vários quilos a mais”, contou.
A partir disso, fez um resumo do que fez diferença no caso dela. “A primeira coisa é reconhecer que você precisa de ajuda e assumir que cada pessoa tem o seu tempo, o seu momento de mudar de hábitos. Que as recaídas acontecem, mas você precisa ser honesta consigo mesma e com os profissionais que estão te ajudando”, enumerou.
“Mas o mais importante é poder contar com a ajuda de pessoas comprometidas, que entendem do assunto, acreditam em você, têm empatia e te escutam, como eu tive com a Jacqueline e a Dr.ª Carolina [Soares Reis, médica de família]”, destacou. “É imprescindível você gostar dos profissionais que te atendem, criar esse laço afetivo, para poder dividir com eles suas angústias, seus medos e as questões íntimas que determinam a sua relação com a comida, que é muito pessoal.”
Graças ao programa, Valdirene também compreendeu (e se convenceu) da importância da atividade física. “Conversamos sobre modalidades de que eu gostasse, cuja prática fosse prazerosa, e assim eu comecei a fazer aulas de hidroginástica e zumba”, revelou. “Ainda estou fugindo da musculação, mas como sempre eles respeitam o meu tempo.”
Outro segredo do programa, segundo a beneficiária, é o acompanhamento nutricional. “Logo no início fui encaminhada a uma nutricionista, que fez uma proposta de dieta a partir do que eu já tinha em casa, respeitando o meu gosto e orçamento. Isso provou que a reeducação alimentar é muito mais fácil do que parece”, ressaltou.
E aproveitou para elogiar a sacada da “Jacque” (Consulin) para perseverar no tratamento depois das recaídas: “A Jacque sempre brinca que temos que fugir do ‘jaque’: ‘Já que’ eu comi uma caixa inteira de bombons e a dieta foi para o espaço, vou continuar comendo”.
Em resumo, o maior trunfo do Programa Vida Saudável são as pessoas que o conduzem: “Eu me sinto privilegiada por ter tantos profissionais excelentes me ajudando nesse processo. Este programa deveria ser muito mais divulgado, chegar a todos os beneficiários, porque ele transforma a sua maneira de encarar a sua relação com a balança, sem descuidar da saúde física e mental”, concluiu.